Irene percebeu imediatamente que algo estava errado quando seu filho Ben entrou em casa.
Seus ombros estavam caídos, e os olhos, geralmente brilhantes, estavam nublados de frustração. Depois de um longo dia lavando carros para o vizinho, o Sr. Peterson, ele se deixou cair no sofá, torcendo absentemente a toalha molhada nas mãos.
“Oi, filho, o que aconteceu?” chamou ela da cozinha, onde o aroma de frango grelhado pairava no ar. Ela tinha planejado um jantar aconchegante para celebrar o trabalho duro de Ben.
Ben hesitou, olhando para o chão. “Ele… ele não me pagou,” murmurou, quase em um sussurro.
O coração de Irene afundou. “O que você quer dizer? O Sr. Peterson não concordou em te pagar 50 dólares toda vez que você lavasse o carro dele?”
“Sim, mas depois que terminei hoje, ele disse que não estava ‘impecável’ e que eu não seria pago. Ele disse que eu deveria ter feito um trabalho melhor se quisesse meu dinheiro,” respondeu Ben, com a voz carregada de decepção.
Uma onda de raiva surgiu dentro de Irene ao perceber que o Sr. Peterson, com sua atitude presunçosa e seu Jeep polido, estava explorando a disposição do filho para ganhar dinheiro.
“Quanto ele te deve?” perguntou, cerrando os punhos.
“Quatro lavagens, então… 200 dólares,” respondeu Ben, parecendo ainda mais abatido.
Sem hesitar, Irene pegou sua carteira e entregou a Ben o dinheiro, vendo os olhos dele se ampliarem em incredulidade.
“Aqui, você merece isso, querido,” disse ela, mas Ben protestou, insistindo que era responsabilidade do Sr. Peterson pagá-lo.
“Sem ‘mas’, Ben,” interrompeu Irene com firmeza. “Vou ensinar ao Sr. Peterson uma lição sobre como tratar crianças trabalhadoras como você. Agora, vamos comer; estou faminta!”
Na manhã seguinte, com um plano em mente, Irene olhou pela janela e viu o Sr. Peterson polindo seu brilhante Jeep de seda. Sorriu para si mesma, pronta para a confrontação.
“Bom dia, Sr. Peterson!” chamou ela, caminhando em direção a ele em roupas de yoga, fingindo uma alegria despreocupada.
Ele olhou para cima, seu sorriso presunçoso ainda intacto. “Bom dia, Irene. O que posso fazer por você? Seja rápido, tenho planos para o brunch.”
“Oh, só queria saber sobre o pagamento do Ben por lavar seu carro,” respondeu ela, seu tom doce, mas firme. “Ele mencionou que você não estava satisfeito com o trabalho dele.”
O Sr. Peterson se endireitou, cruzando os braços defensivamente. “Sim, isso mesmo. O carro não estava impecável, então não vi razão para pagar. É uma experiência de aprendizado, sabe? O mundo precisa humilhá-lo.”
A raiva de Irene aumentou, mas ela manteve a compostura. “Uma experiência de aprendizado, hein? Interessante. Ben me contou que você é um homem de palavra e que ele tirou fotos do carro após cada lavagem.”
A expressão presunçosa do Sr. Peterson começou a vacilar. “Fotos?” gaguejou.
“Sim, fotos. Ele se orgulha do trabalho dele e adorou mostrá-las ao avô. Além disso, parece que houve um acordo verbal sobre o pagamento, e quebrá-lo pode ser considerado uma violação de contrato. Devo envolver meu advogado?”
O pânico tomou conta do rosto dele ao perceber as implicações. “Não precisa disso!” exclamou, parecendo atordoado.
“Eu acho que precisa. Você está tentando enganar meu filho e tirar o que ele merece. Pague a ele os 200 dólares hoje, ou vou garantir que todos nesta vizinhança saibam como você trata as crianças que trabalham para você.”
Derrotado, o Sr. Peterson abriu a porta do carro, vasculhou a carteira e lhe entregou o dinheiro com uma expressão carrancuda. “Aqui está seu dinheiro,” murmurou.
Irene sorriu, seu coração pulsando de alegria. “Foi bom fazer negócios com você. Mas só para ficar claro, meu filho não lavará mais seu carro.”
Ao voltar para casa, Ben olhou para ela do sofá, esquecendo o café da manhã. “Você realmente fez isso!” exclamou, os olhos brilhando de empolgação enquanto ela lhe entregava o dinheiro.
“Claro! Ninguém mexe com meu filho,” disse ela, orgulhosa. “E lembre-se, se alguém tentar te explorar novamente, você sabe como lidar com isso agora.”
“Isso significa que não preciso te devolver os 200 dólares?” ele perguntou, sorrindo.
“Não,” ela riu, “mas você pode me levar para almoçar hoje.”
“Fechado, mãe!” respondeu ele, com o ânimo visivelmente melhorado.
Mais tarde, enquanto desfrutavam de sua refeição em um bistrô aconchegante, Ben avistou um cartaz de “Ajuda Procurada” em uma sorveteria do outro lado da rua. “O que você acha, mãe? Um trabalho de fim de semana na sorveteria?”
“Vai em frente!” riu Irene, saboreando seu hambúrguer. “Mas se o chefe for mau, você sabe a quem ligar.”
Ben assentiu, um sorriso se espalhando pelo rosto, sentindo-se fortalecido pelos acontecimentos do dia e pelo apoio da mãe.