A Ousada Rapunzel Jogou o Cabelo no Meu Assento no Avião – Tive que Ensinar uma Lição!

ENTRETENIMENTO

Após vários dias exaustivos de trabalho, finalmente consegui embarcar no avião. Para mim, essa viagem não era apenas um meio de transporte — era uma verdadeira libertação.

Após a correria dos prazos, os dias caóticos e a constante pressão para corresponder às expectativas, eu desejava apenas uma coisa: um pouco de tranquilidade, silêncio,

e algumas horas para relaxar, quando finalmente poderia assistir a um filme que há meses tentava encaixar na minha rotina.

Já imaginava o momento em que o avião decolaria, o mundo ao redor silenciaria por um tempo, e eu me reclinaria na poltrona, colocaria os fones de ouvido, ligaria a tela e me deixaria envolver pela história na tela.

Mas mal o avião começou a taxiada, essa imagem se desfez.

Bem à minha frente, sentava uma jovem mulher. Devia estar no início dos seus vinte anos, vestida com estilo, seus cabelos longos, espessos e castanho-claros caíam em ondas sobre as costas — e com um único gesto, ela jogou

aqueles cabelos sobre minha mesa. Sobre minha tela. Sobre o meu mundo.

A cascata de fios cobriu completamente o monitor. Era como se alguém tivesse fechado a cortina num teatro exatamente no início da peça.

Primeiro, olhei confusa e desconcertada. Talvez ela não tivesse percebido, pensei.

Talvez tivesse esquecido que não estava sozinha no avião. Por um instante, até senti pena dela — afinal, quem quer brigar durante uma viagem cansativa?

Então, me inclinei gentilmente para frente e pedi baixinho para que tirasse o cabelo, pois estava me impedindo de ver. Ela sorriu sem jeito, pediu desculpas e afastou os fios.

Mas, em menos de dez minutos, os cabelos voltaram ao mesmo lugar, com a mesma expressão indiferente no rosto.

Dessa vez, falei com mais firmeza, mas ela sequer me olhou. Fingiu que eu não existia. Seus cabelos caíram novamente como uma cortina de seda, bloqueando minha visão da tela, do filme e da paz.

Nesse instante, algo mudou em mim. Não senti raiva, mas uma determinação silenciosa.

A tranquilidade que eu merecia foi tomada por alguém que não respeitava nada — nem meu espaço, nem meu tempo, nem minha serenidade.

Não levantei a voz. Não chamei atenção para mim. Apenas tirei da bolsa três pequenos chicletes aparentemente inofensivos.

Um por um, comecei a mastigá-los, calmamente e sem pressa, enquanto olhava pela janela o mundo se preparando para a decolagem.

Quando a goma atingiu a textura perfeita, pegajosa na medida certa, me inclinei para frente e comecei a agir discretamente.

Escolhi um fio de cabelo, depois outro, e cuidadosamente — quase com precisão artística — fui colando os chicletes nos fios. Não todos de uma vez, nem apressadamente.

Tentei transformar aquilo em um pequeno ritual meticuloso. Com a calma de quem está trançando flores em uma coroa.

Quinze minutos se passaram. O filme rodava silenciosamente ao fundo, eu já não prestava atenção, apenas curtia o fato de estar recuperando algo que me foi tirado.

De repente, ela se mexeu. Estendeu a mão para trás. Os dedos pararam nos cabelos e se tensionaram. Ela sentiu. O rosto dela endureceu. Olhou para as mãos. E então entendeu.

Seus olhos se arregalaram. Com constrangimento, tentou arrancar o chiclete dos fios, mas só os emaranhou ainda mais.

Sua voz sussurrou, cheia de indignação, enquanto se virava para mim:

— O que é isso? Você enlouqueceu?

Eu olhei calmamente para a tela e respondi baixinho:

— Essa é a consequência de não respeitar os limites dos outros.

— Isso é um absurdo! Você não é normal!

Então, lentamente, me virei para ela e, com a voz mais tranquila que pude, disse:

— Você tem duas opções. A primeira: fica assim e você terá que tirar em casa com uma tesoura. A segunda: eu tenho uma tesourinha de manicure aqui, posso ajudar agora. Com cuidado.

O rosto dela empalideceu. Ela tentou dizer algo, mas nenhuma palavra saiu.

Me aproximei um pouco e, quase sussurrando, acrescentei:

— Se você jogar seu cabelo no colo de outra pessoa mais uma vez, no próximo voo vai desembarcar careca. Acredite, eu sou muito cuidadosa. Mesmo em turbulência.

O resto do voo foi em completo silêncio. Ela ficou imóvel, com os cabelos presos num coque apertado, cabeça erguida, como se eu não existisse.

Eu, finalmente, pude relaxar, ligar o filme que esperava há tanto tempo.

Mas o melhor de tudo: recuperei minha paz e defendi meu espaço. Sem agressão. Apenas com uma pequena lição bem aplicada.

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