«Menino usou gorro de inverno por 40 dias no verão — enfermeira ficou chocada!»

ENTRETENIMENTO

O calor intenso se espalhava pela cidade. A temperatura ultrapassava os trinta graus, e no pátio da escola, o som alegre das crianças correndo com roupas leves preenchia o ambiente.

Sofia, a enfermeira da escola, realizava exames de rotina no corredor quando um menino chamou sua atenção.

Ele se destacava entre os demais. Vestia calças grossas e escuras, um casaco pesado de inverno e — o que mais chamava atenção — um gorro de lã, puxado até as sobrancelhas.

Era exatamente o mesmo gorro que usava nos meses frios. Sofia reconheceu — o mesmo modelo, textura desgastada, pequenos nós nos fios.

Ela franziu a testa quando ele entrou na sala.

— Olá, querido — disse com delicadeza. — Hoje está muito quente… que tal tirar o gorro?

O menino recuou, segurando o gorro com firmeza. Parecia preocupado, como se não quisesse se separar dele.

— Não, obrigado — murmurou. — Preciso mantê-lo.

Sofia respeitou seu pedido e continuou o exame em silêncio, embora uma preocupação tenha começado a crescer em seu coração. O menino parecia tenso e, sempre que o gorro se movia, ele recuava levemente.

Como se tivesse medo do que estivesse sob ele — ou do que aconteceria se o tirasse.

Naquela noite, Sofia não conseguiu tirar isso da cabeça. No dia seguinte, durante o almoço, conversou com a professora do menino.

— Também estamos preocupadas — disse a professora. — Desde as férias de primavera, ele usa esse gorro todos os dias. Antes disso, não usava.

Na aula de educação física, ele teve uma reação de ansiedade quando o treinador pediu para que tirasse o gorro. Desde então, não insistimos.

Sofia concordou, ainda inquieta. À noite, ligou para o número registrado nos documentos do menino.

— Boa noite. Estou entrando em contato sobre seu filho — falou com cuidado.

— Está tudo bem — respondeu uma voz masculina tranquila. — Não costumamos procurar médico por qualquer motivo.

— Notei que ele usa o gorro mesmo com o calor — disse Sofia, tentando ser delicada. — Pode ser sensibilidade na pele? Algum desconforto?

Houve uma pausa.

— É uma decisão da família — respondeu. — Isso não é da sua responsabilidade. Ele sabe o que deve fazer.

— Também observei uma mancha — acrescentou Sofia com cuidado. — Parecia sangue. Ele teve algum machucado?

— Pequenos arranhões. Estamos cuidando. Por favor, não ligue mais.

Uma semana depois, a professora entrou preocupada no consultório de Sofia.

— Ele está com dor de cabeça, fala pouco e está instável.

Quando Sofia o viu, o menino estava encolhido na cama, segurando a cabeça com as duas mãos, sem coragem de olhar para ela.

Ela sentou ao seu lado.

— Preciso ver sua cabeça. Só eu, ninguém mais.

O menino ficou em silêncio e, com voz baixa e trêmula, sussurrou:

— Papai disse que não posso tirar o gorro. Ele fica chateado. Meu irmão falou que, se alguém souber, vão me levar e será minha culpa.

Sofia colocou luvas médicas e falou suavemente:

— Isso não é culpa sua. Deixe-me ajudar.

O menino assentiu, com dificuldade. Quando ela tentou tirar o gorro, ele fez um som de desconforto.

— Está preso… dói um pouco…

Com calma, aplicou solução salina, gaze e antisséptico, separando cuidadosamente o tecido da pele. O gorro revelou a verdade.

Não havia cabelo. Apenas marcas no couro cabeludo — profundas, circulares, com sinais de infecção. Muitas.

Algumas recentes, outras com cicatrizes, todas com sinais evidentes de queimaduras. A pele estava avermelhada, com áreas delicadas, e com marcas de pele seca. Partes estavam aderidas ao tecido.

As duas ficaram em silêncio, tomadas pela seriedade da situação.

O menino permaneceu imóvel, com os olhos fechados.

— Papai dizia que eu era mau — sussurrou. — Meu irmão me deu esse gorro para que ninguém percebesse. Ele disse que isso vai passar.

Naquela noite, as autoridades foram acionadas. O menino recebeu cuidados no hospital e depois foi encaminhado a um ambiente seguro — onde há cuidado e tranquilidade.

Sofia nunca esqueceu. Nem o gorro. Nem o silêncio. Nem a força daquela criança que suportou tanto em silêncio.

(Visited 1 435 times, 1 visits today)

Avalie o artigo
( 2 оценки, среднее 4.5 из 5 )