Menino de cinco anos inconsciente febre alta parada cardíaca

ENTRETENIMENTO

Aquele abafado fim de tarde de verão no centro de Budapeste já era desgastante por si só, quando um chamado chegou à base do serviço de emergência:

um menino de cinco anos, inconsciente, com febre alta e respiração irregular, necessitando de atendimento urgente.

Ao ouvir o endereço, os membros da equipe se entreolharam: uma área repleta de mansões luxuosas,

de onde raramente se acionava o serviço público de emergência, pois ali normalmente contavam com médicos particulares e assistência privada. Contudo, esse caso era diferente.

Dra. Oláh Olga, médica de emergência experiente e ponderada, junto com Szőke Tibor, o paramédico calmo e robusto, partiram em poucos minutos.

O som estridente da sirene cortou a movimentada cidade, e ao entrarem numa rua sombreada por plátanos, o ruído do mundo pareceu se silenciar.

O portão da mansão estava aberto, e na entrada, um homem caminhava de um lado para o outro, visivelmente desesperado. Quando Olga saiu da ambulância e viu seu rosto, por um instante prendeu a respiração.

Era András — o homem que um dia amou profundamente, com quem sonhou um futuro em comum. Agora ele estava ali, abatido, envelhecido por dez anos, com um medo sincero nos olhos.

— “Olga… por favor… salve meu filho!” — ele disse ofegante, correndo em direção à porta. — “Só confio em você. Petike está desacordado há mais de dez minutos!”

Olga manteve a calma enquanto avançava pela casa. — “Você começou a reanimação?” — perguntou. — “Sim! Minha esposa está fazendo as compressões, eu só saí correndo para buscar ajuda!” — respondeu ele.

— “Me leve até o quarto da criança! AGORA!” — ordenou Olga com firmeza, entrando imediatamente. Tibor a seguiu em silêncio, preparando o desfibrilador.

O corredor era longo e asséptico, embora a mobília moderna e elegante, junto com o corrimão de vidro, não conseguisse apagar a atmosfera pesada do quarto, onde uma mulher ajoelhada estava ao lado do menino, cujo corpo jazia imóvel no chão.

Olga se ajoelhou, verificou rapidamente a respiração e o reflexo pupilar, e imediatamente iniciou os procedimentos. Tibor largou sua bolsa e se juntou a ela com destreza.

O som mecânico e ritmado da reanimação encheu o quarto, enquanto pensamentos atravessavam a mente de Olga.

Ela não lutava apenas pela vida de Petike, mas também pelas sombras do passado que retornavam: András, o homem com quem fundou uma clínica particular, memórias de tempos felizes e desilusões dolorosas.

A mulher que ela era, e aquela que não queria se tornar.

Alguns anos antes, Olga começara na emergência como uma jovem médica recém-formada, cheia de esperança e determinação.

Seus longos cabelos loiros trançados, olhos verdes e otimismo inabalável rapidamente chamaram atenção no burburinho de Budapeste.

András, por sua vez, já era um cirurgião experiente, cuja aparência falava por si: têmporas grisalhas, traços marcantes e um magnetismo misterioso que conquistava facilmente as mulheres.

Mas Olga via nele algo diferente: um homem confiável e atencioso, ao lado de quem se sentia segura. Talvez tudo aquilo fosse apenas um sonho.

Com o passar do tempo, construíram juntos a clínica, que logo ganhou prestígio na cidade.

No entanto, o casamento enfrentou dificuldades: problemas financeiros, noites de plantão exaustivas e as sombras da infidelidade.

Irén, mãe de András, sempre um apoio para Olga, faleceu inesperadamente, trazendo mais uma ruptura.

Nos anos seguintes, o relacionamento se desgastou e terminou.

Olga voltou ao serviço de emergência, onde conheceu Tibor, um homem que também carregava dores profundas, mas com força silenciosa e perseverança esteve ao seu lado.

A amizade deles floresceu em amor, e uma nova vida começou.

Agora, lutando pela vida de Petike, András trouxe à tona feridas do passado: eles estavam separados,

Viki, sua secretária, esperava um filho dele, mas seu amor pelo menino permanecia, e pediu que Olga e Tibor o adotassem, se possível.

A reanimação foi bem-sucedida, Petike despertou lentamente e passou a fazer parte oficialmente da família Kerekes.

Olga e Tibor realizaram um sonho antigo: criaram o “Centro de Saúde Esperança”, onde as pessoas pagam não com dinheiro, mas com humanidade.

Hoje, Petike já frequenta a escola e conta com orgulho a todos que sua mãe não só salvou sua vida, mas a de muitos outros — porque para ela, curar não é trabalho, é vocação e amor.

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