No Dia das Mães, a minha sogra humilhou-me – fez-me pagar tudo por “não ser uma mãe de verdade”!

ENTRETENIMENTO

Nunca imaginei que um dia eu seria a pessoa a expor seus sentimentos na internet, mas aqui estamos. Tenho 35 anos e sou casada com meu marido, Ryan, há dez anos.

Passamos por tantos tratamentos de fertilidade, abortos espontâneos e notícias médicas dolorosas que já perdi a conta. Com a maioria das pessoas, nem falo mais sobre isso. É difícil demais.

A maternidade foi a única coisa que eu mais quis da vida. Mas, de algum jeito… não aconteceu.

No último domingo, foi o Dia das Mães. Minha sogra, Cheryl, teve a ideia de organizar um jantar só para mulheres. Estavam lá ela, minha cunhada Amanda, a outra cunhada Holly e eu.

Ryan me disse para ir.

– Só sorria e tente sobreviver – ele disse. – Você sabe como ela é.

Eu sabia. Eu sabia muito bem. E deveria ter ouvido a minha intuição.

Cheryl é a rainha não oficial da família. Pérolas, pratos elaborados e aquele sorriso passivo-agressivo que faz você se sentir como uma barata sob uma lupa.

Ela adora «tradições» – especialmente aquela que diz que a maternidade é o maior propósito de uma mulher. Vive repetindo: «O maior legado que uma mulher pode deixar é o seu filho.» E ela realmente acredita nisso.

Ela tem três filhos. Amanda, sua queridinha, tem dois meninos e posta sobre eles a cada dois dias. O filho mais novo dela, Derek, se casou com Holly, que acabou de ter o segundo filho.

Cheryl é completamente obcecada pelos netos – está sempre com um no colo, o outro ao lado para tirar foto, e se chama de «quatro vezes avó».

E então, lá estava eu. A pessoa que ainda não «cumpriu sua missão» – como Cheryl uma vez disse, rindo durante o Dia de Ação de Graças, mas essa frase ficou marcada no meu coração.

Normalmente, evito eventos familiares no Dia das Mães. No ano passado, disse que iria almoçar com minhas amigas. Antes disso, inventei que estava «resfriada». Ryan sempre me cobriu. Mas este ano, Cheryl foi mais astuta:

– Só mulheres. Uma noite especial.

Ryan me incentivou:

– Ela te chamou com boas intenções.

– Não, de maneira nenhuma – respondi.

Mesmo assim, eu fui.

Quando entrei no restaurante, já senti que algo não estava certo. Cheryl usava suas joias mais caras, e o sorriso de autossatisfação só aumentou minha sensação de desconforto.

Amanda já estava lá, falando sobre como seu filho tinha sujado a parede com manteiga de amendoim. Holly chegou com uma bolsa de bebê e começou a mostrar as fotos novas do seu celular.

– Feliz Dia das Mães, queridas! – Cheryl cantou, entregando sacolas de presente para Amanda e Holly.

Ela se virou para mim:

– Fico feliz que tenha conseguido vir, querida – disse ela, e me deu um tapinha no braço. Nenhum presente, nem cumprimentos.

Eu sorri, forçadamente.

– Obrigada pelo convite.

Nos sentamos. Cheryl pediu uma garrafa de prosecco «para as mamães». Serviu três copos. Para mim, o garçom trouxe água. Em silêncio.

Amanda começou a falar sobre seu filho que havia jogado os brincos caros da mãe no vaso sanitário. Todos riram. Tentei rir junto, mas estava perdida nos meus próprios pensamentos.

Holly perguntou:

– Você costuma cuidar de crianças?

– Não ultimamente – respondi.

Cheryl acrescentou:

– Bem, esperamos que logo seja sua vez, querida.

Eu não falei nada. Apenas acenei com a cabeça.

A sobremesa eram três bolos de lava de chocolate – e uma tigela de frutas para Cheryl. Eu empurrava os morangos no meu prato.

Então, Cheryl bateu a colher no copo.

– Senhoras, gostaria de compartilhar algo antes de nos despedirmos.

Amanda levantou a cabeça:

– A viagem do mês que vem?

– Não, não. É algo… mais prático.

Ela me olhou.

– Kaylee, querida – começou ela –, você é a única à mesa que não é mãe. Espero que não se ofenda, mas sentimos que não seria justo dividir a conta igualmente.

E ela empurrou a conta em direção a mim. 367 dólares. Três lagostas, três proseccos, três sobremesas. Eu comi frango e tomei água.

Engoli a raiva. Sorri.

– Claro – disse, e peguei minha bolsa. – Vocês têm razão.

Então, depois de alguns segundos, falei novamente:

– Na verdade… eu também tenho um anúncio.

Todos olharam para mim. Cheryl sorriu, como se estivesse esperando algum tipo de desabafo emocional.

– Ryan e eu decidimos parar de tentar.

Silêncio. Amanda piscou, Holly inclinou a cabeça, Cheryl já estava abrindo a boca.

– Talvez seja o melhor, querida. Existem mulheres que…

– Vamos adotar – interrompi.

O ar ficou gelado. Amanda me olhou com os olhos arregalados. Holly deixou a colher cair.

– Eles me ligaram esta manhã – continuei. – Encontraram um bebê. Uma menininha. Ela vai nascer amanhã em Denver.

Minha voz tremia, mas continuei:

– A mãe dela viu nosso perfil. Ela disse que «sentiu um lar» conosco.

Silêncio. Cheryl não falou nada. Nenhuma delas.

– Então, tecnicamente – disse, baixinho –, este é o meu primeiro Dia das Mães.

Peguei 25 dólares e coloquei sobre a mesa.

– Foi o que eu pedi. E não vou pagar pela conta dos outros. O fato de eu não ter filhos biológicos não significa que sou a vossa carteira.

Levantei, peguei meu casaco.

– Feliz Dia das Mães – disse, e saí.

Na manhã seguinte, voamos para Denver.

Quando a enfermeira colocou Maya em meus braços, tudo mudou. Ela era pequena, rosa, quente. Bocejou, e logo agarrou meu dedo, como se tivesse me procurado a vida inteira.

O nome dela é Maya. Significa ilusão. Não foi nós quem escolhemos – foi a mãe dela quem deu o nome. E ele lhe caiu perfeitamente. Porque por anos eu perseguia a ilusão de que a maternidade só era completa biologicamente.

Que a dor fazia parte. Que só era «real», como Cheryl dizia.

Mas quando a segurei nos meus braços, todas as expectativas se desfizeram.

Cheryl nunca mais me ligou. Apenas deixou mensagens para Ryan. Disse que eu a «envergonhei». Que fiz um escândalo.

Ryan a retornou. Eu ouvi da outra sala.

– Você se envergonhou – ele disse. – Kaylee não deve nada a você.

Desde então, nunca mais ouvimos falar dela.

E está tudo bem assim.

Porque agora, pela primeira vez em dez anos, não sinto que algo esteja faltando em mim. Não me sinto uma estranha. Não preciso jogar de acordo com as regras dos outros.

Eu sou a mãe da Maya.

E isso é tudo o que eu sempre quis.

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