A cova da morte – Um cachorro que estava prestes a desistir mas então alguém o salvou!

ENTRETENIMENTO

O cachorro era pequeno, quase do tamanho de um gato adulto. Seu pelo estava embaraçado e desordenado, e, quando estava deitado no buraco que ele mesmo havia cavado, parecia mais um pequeno castor.

Só que ele não estava construindo uma represa, mas sim… um buraco. Um túmulo.

Um refúgio do mundo que lhe negou o direito à vida. Seu dono o havia abandonado, ele não comia há dias e não se movia. Ficava ali, sujo, metade enterrado na terra.

No lixão, na periferia da cidade, onde ninguém se importa se um cachorrinho se esconde do mundo.

As pessoas dizem que os cães nunca perdem a esperança. Mas às vezes… até um cachorro chega ao ponto de desistir.

A garota que finalmente o encontrou chamava-se Hajnalka. Ela era voluntária em uma organização de proteção animal.

Já fazia tempo que ela sabia que os abrigos estavam lotados. Os gratuitos estavam cheios, e os pagos… eram ocupados por aqueles animais que ninguém mais queria.

Naquela manhã, um amigo ligou para ela:

– Você ouviu falar do cachorrinho, Hajnalka? Dizem que ele está perambulando perto do lixão. Ou melhor… agora só está deitado. Não sai para ninguém. Fica no chão.

– Eu sei, Laci… – respondeu Hajnalka, com a voz suave. – Mas para onde eu o levo? Em casa já tenho quatro cachorros resgatados. O hospital está cheio, e a casa de acolhimento também.

– Você vai deixar ele lá, morrer? – perguntou o rapaz do outro lado da linha. Não havia acusação em sua voz, apenas tristeza.

Meia hora depois, Hajnalka já estava estacionada na beira do lixão. O vento levantava poeira ao seu redor enquanto ela caminhava com dificuldade, o cheiro de queimado queimando suas narinas.

Ao redor, passarinhos piavam e, de vez em quando, ratos se moviam entre os sacos de lixo.

Então, ela o viu.

Uma pequena mancha marrom e preta. Um corpo imóvel, parcialmente enterrado na terra.

– É você? – perguntou ela suavemente, ajoelhando-se. – Você é o meu… pequenino?

O cachorro não se moveu. Não olhou para cima. Não fugiu, não mostrou os dentes. Apenas ficou ali.

Demorou alguns dias até que ela conseguisse ganhar a confiança do cachorro. Todos os dias ela voltava. Levava água, linguiça, ração enlatada. No começo, ela apenas deixava a comida na borda do buraco, observando de longe.

O cachorro não comeu no primeiro dia, nem no segundo. No terceiro, ele olhou para a comida, no quarto dia ele a pegou.

No quinto dia, ele não se moveu quando Hajnalka se aproximou.

– Você é um bom garoto – ela lhe disse suavemente. – Eu sei que dói. Sei que você não confia em nós, humanos. Mas eu não vou te deixar aqui.

Quando finalmente o pegou no colo, Hajnalka ficou assustada.

– Meu Deus… – ela sussurrou. – Você é tão leve quanto um pombo…

O cachorro estava magro, pele e ossos. Seu pelo estava embaraçado, e o cheiro era insuportável. Não dava para saber se era macho ou fêmea. Mas ele não se mexeu. Apenas suportou enquanto a garota o levantava.

– Eu vou te dar um nome… – pensou Hajnalka. – Você será… Pingo.

O cachorro não reagiu.

– Com o tempo. Não é? Com o tempo você vai confiar em mim de novo.

No hospital veterinário, o médico apenas balançou a cabeça.

– Hajnalka, ele… esse animal não come decentemente há semanas. Olha o pelo dele. A pele está cheia de feridas. Não é surpresa que cada movimento doa.

– Podemos eutanasiá-lo para vocês realizarem o procedimento?

– Sim, mas antes… preciso examiná-lo. Pode ser que já seja tarde demais.

Hajnalka acariciava a cabeça do cachorro enquanto o médico administrava a medicação.

– Durma tranquilo, Pingo… Você veio do inferno, mas agora algo novo começa. Eu te prometo.

Quando o pelo foi retirado, Pingo finalmente apareceu. Um cachorro pequeno, de cerca de cinco anos, magro, mas vivo. O médico balançou a cabeça novamente.

– Precisamos remover doze dentes.

– Quantos vão restar?

– Onze. Mas também não são bons.

– Façam isso – Hajnalka assentiu. – Façam tudo. Enquanto houver esperança, lutaremos.

Após a extração dos dentes, vieram as injeções. A pele do cachorro tinha inflamações alérgicas. Ele recebeu antibióticos, analgésicos, vitaminas. E, claro, a castração, como sempre acontece com os cães resgatados.

Pingo ainda não latia. Não brincava. Apenas observava.

Mas agora ele não queria mais se dissolver na terra. Ele não estava mais esperando pela morte.

Em vez disso, ele observava os movimentos de Hajnalka.

E isso já era algo.

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