«Esperei, sonhei, implorei… E finalmente, numa manhã, elas estavam lá! No teste de gravidez, duas linhas frágeis. Aquele momento, quando toda dor e dúvida desapareceram, e só a alegria e a fé permaneciam.
Porque os médicos disseram por anos que eu nunca teria filhos. Mas eu continuei acreditando – e o milagre aconteceu. Duas pequenas vidas estavam crescendo dentro de mim.
O primeiro momento, quando vi o teste, mudou tudo. Corri para a sala de estar, onde Gábor estava fazendo café, e com as mãos trêmulas, quase em choque, mostrei-lhe o teste.
– Olha, Gábor! Duas linhas! Duas linhas! – gritei de alegria.
Ele piscou, confuso, e então olhou o teste, mas não veio a reação esperada. Ele apenas disse, de forma fria:
– Hm… o que isso significa?
Fiquei confusa. O que ele queria dizer com isso? Afinal, isso era o que esperávamos há anos. Nossos bebês!
– Estou grávida! Vamos ter duas meninas, Zsófi e Luca! – eu exultei, sem conseguir acreditar que aquilo estava realmente acontecendo.
Mas Gábor simplesmente largou a xícara, coçou a nuca e respondeu calmamente:
– Bem… parabéns.
Eu achei que ele estava brincando. Mas não estava. Ele não estava feliz, não parecia emocionado. E naquele momento comecei a sentir que algo estava errado.
Minha gravidez foi difícil. Os médicos estavam constantemente preocupados com complicações, com o risco de parto prematuro, mas eu continuei firme.
Fiquei internada no hospital, com as minhas bebês crescendo dentro de mim, e só elas me davam forças. A dor, as dificuldades, tudo se tornava pequeno diante do amor que elas já me davam.
Então chegou o dia, o dia em que elas nasceram: Zsófi e Luca, minhas pequenas heroínas. Toda dor desapareceu quando as segurei nos meus braços pela primeira vez.
Mas no dia seguinte, quando Gábor chegou ao hospital, não veio a felicidade que eu esperava. Seu rosto estava frio, nenhuma emoção refletia nele. Ele olhou para as nossas filhas e disse apenas:
– Do que você está falando?
Fiquei confusa. O que ele queria dizer? Elas eram as nossas filhas! Zsófi e Luca, o maior presente de nossas vidas!
– Eu queria um menino! – ele respondeu. – Não era isso o que eu queria, não deveria ser assim.
As palavras dele foram como um tapa. Todo sentimento dentro de mim se congelou, e a única coisa que eu consegui dizer foi:
– Mas Gábor, elas são saudáveis! São nossas filhas!
Mas ele, friamente, disse:
– Não. Elas não são minhas filhas.
Essas palavras mudaram tudo. Meu marido foi embora, e não havia mais desejo, nem esperança de que ele voltasse.
Era só uma palavra vazia, uma expressão jurídica: «as crianças nascidas da ré.» Como se tivéssemos nos tornado apenas uma informação num papel. Não havia mais «nós», apenas eu e as meninas.
Voltei para casa, e tudo parecia diferente. Estava sozinha com as crianças. Nos primeiros dias, não vi Gábor, ele não ligou, não enviou mensagens. Minha sogra, Klárika, ligou para saber o que havia acontecido, mas eu respondi:
– Não tenho mais marido.
O divórcio logo começou. Gábor não fez nada, apenas enviou um papel assinado, no qual renunciava a todos os seus direitos e responsabilidades. E foi isso que me quebrou completamente.
Minhas filhas não eram «filhas da ré», elas eram as meninas mais maravilhosas do mundo.
Após isso, alguns meses se passaram, e tudo foi ficando um pouco mais fácil. Cada sorriso das meninas, cada abraço, me fortalecia.
Houve momentos em que mal pude comprar fraldas, mas sempre aparecia um amigo, um conhecido, que me ajudava. As pessoas me perguntavam onde estava o pai delas, mas eu apenas respondia:
– Ele foi embora. E está tudo bem assim.
Com o tempo, quando Zsófi disse pela primeira vez «mamãe», fui tomada por um turbilhão de emoções.
Toda a minha vida tomou um novo rumo. E naquele momento, entendi: eu sou a pessoa mais importante para elas. Sou eu quem dá tudo a elas.
Não precisava de mais nada, apenas nós três, e embora muitos dissessem que eu era forte, eu só sabia de uma coisa: uma mãe nunca desiste.»
Esta versão foi adaptada com palavras únicas para transmitir a mesma carga emocional e reescrita para dar um tom mais sensível e expressivo.