«A mãe do meu noivo disse para ele me deixar por uma mulher mais rica – então, convidei-a para um ‘jantar de despedida’ e dei uma lição que eles nunca vão esquecer»

ENTRETENIMENTO

Tyler me pediu em casamento, mas não foi da maneira tradicional, com flores e joias reluzentes. Não, o nosso pedido foi bem diferente.

Estávamos sentados na varanda do nosso pequeno apartamento, comendo fast food e, talvez, bebendo um pouco mais de vinho do que deveríamos.

A conversa estava leve, sem grandes expectativas, até que, de repente, ele puxou do bolso uma caixinha e a abriu com uma mão que tremia ligeiramente.

O sorriso dele era tão grande que, por um instante, eu fiquei sem palavras. Antes que ele conseguisse terminar a frase, eu já estava dizendo um «sim» desesperado. Naquele momento, já imaginava nossa vida juntos – repleta de pequenas alegrias, só nós dois.

Não sonhávamos com um casamento grandioso. Nada de locais luxuosos, festas enormes ou dezenas de madrinhas. Nossa ideia era algo mais simples, algo só nosso.

Tyler era desenvolvedor web freelancer, eu trabalhava como designer gráfica e fazia mangá para uma editora independente. Para nós, a perfeição era uma cerimônia íntima, em um bar de ramen, com uma cabine de fotos de cosplay.

Algo sem pretensão, mas genuíno. Só nós e o nosso amor.

Mas, semanas depois, Tyler me surpreendeu com um pedido um pouco mais… complicado. «Quero que você conheça minha mãe», ele disse.

Fiquei confusa. Por que isso seria necessário agora? Já tinha ouvido falar dela de leve. Diziam que Patricia era uma mulher forte, influente, com opiniões afiadas e, às vezes, um pouco demais.

O boato era que ela havia afastado a última namorada de Tyler com uma única pergunta sobre finanças, e que ela tinha uma tendência a ser controladora, embora sempre com boas intenções.

Mas eu não queria me deixar levar por rumores. Eu sabia que Tyler me amava, e isso era tudo o que eu precisava. Então, me arrumei, coloquei um vestido bonito, fiz o cabelo, peguei uma garrafa de Pinot Noir e fui.

Eu queria conhecer a mulher que criou o homem que eu amava e com quem eu queria passar o resto da minha vida.

Patricia morava em uma casa imensa, no estilo colonial, em um bairro tão perfeito que parecia ter sido tirado de um filme. Quando estacionei atrás do carro de Tyler, respirei fundo, ajeitei o vestido e tentei me acalmar. «É só um jantar. Eu consigo», repetia para mim mesma.

Quando toquei a campainha, fui recebida por um sorriso tão grande de Patricia que me senti como se tivesse entrado em um palco.

«Charlotte, você é ainda mais linda do que nas fotos!», ela exclamou, passando a mão pelos meus cabelos de uma forma exagerada, mas ainda assim elogiosa. «Que brilho! O que você usa?»

«Er… shampoo anticaspa?», respondi, sem saber muito bem como reagir.

Ela riu como se eu tivesse dado a resposta mais interessante do mundo, e me conduziu para dentro de sua casa. Fiquei um pouco desconcertada com tanto entusiasmo, mas ignorei os sinais. Quem sabe ela não era tão terrível assim?

O jantar foi lasanha. Caseira, daquelas feitas com todo o cuidado, e Patricia me serviu duas vezes, enquanto enchia minha taça de vinho com generosidade. Durante a refeição, ela me fez várias perguntas sobre o meu trabalho.

Comecei a contar sobre a convenção de quadrinhos que havia participado no mês anterior. Eu estava vestida como uma das minhas personagens favoritas de mangá, e um homem ficou me seguindo, gritando «Sailor Moon!» enquanto eu tentava me esquivar.

Tive que explicar para ela e para Tyler a diferença entre mangá e anime, mas Patricia adorou a história e riu, prestando atenção em cada palavra.

Aos poucos, comecei a relaxar. Talvez ela não fosse tão aterrorizante quanto diziam.

Mas, então, algo aconteceu.

Depois do jantar, Patricia se virou para Tyler e disse com um sorriso travesso: «Querido, você pode me ajudar com algo no quarto?»

Eu fiquei olhando, confusa. «Precisa de ajuda com algo para mover?»

Ela fez um gesto com a mão, como quem descarta um assunto irrelevante. «Não, é só um detalhe. Não vai demorar.»

Assenti e voltei a me concentrar na mesa, tentando manter a calma. «Está tudo bem», pensava. «Nada de errado.»

Passaram-se uns dez minutos e, então, Tyler saiu do quarto com um olhar de pânico, como se tivesse visto um fantasma. Seus olhos estavam arregalados, e sua pele estava pálida.

«Você está bem?», perguntei, limpando as mãos com um guardanapo.

Ele me olhou, atordoado, sem saber o que dizer de imediato. Mas, enfim, conseguiu balbuciar: «Charlotte… minha mãe disse que nosso noivado é um erro.»

Era como se o chão tivesse desaparecido sob meus pés. «O quê?»

«Ela acha que eu preciso de alguém diferente», Tyler continuou, olhando fixamente para os seus sapatos, como se tentasse evitar minha reação. «Alguém que possa me dar mais. Alguém que não me faça trabalhar tanto.»

Eu congelei, sem palavras. O homem com quem eu acabara de me comprometer agora estava dizendo que a mãe dele não achava que eu era boa o suficiente?

«E ela também disse que, embora eu seja bonita, não sou ‘material de esposa’. Não sou boa ‘candidata a mãe’. Ela acha que eu deveria procurar uma mulher mais jovem.

Alguém que… seja mais capaz», ele continuou, com a voz agora baixa e hesitante. «E, sinceramente, eu também comecei a pensar sobre isso. Talvez ela esteja certa. Talvez seja melhor a gente terminar.»

Fiquei ali, parada, tentando entender o que estava acontecendo. Tyler, aquele homem que eu amava, agora estava dizendo que eu não era o suficiente. E, pior ainda, ele estava cogitando terminar a nossa relação por causa de uma opinião externa.

«Se é isso que você quer, então tudo bem», eu disse, tentando controlar as lágrimas que subiam à garganta. «Mas… e se fizermos uma última refeição? Só nós dois. Um jantar de despedida.»

Tyler parecia surpreso, mas acabou concordando. «Sim. Tudo bem.»

Depois do jantar, saí de lá com a cabeça e o coração pesados. Não queria deixar nada para trás, não queria mais nada daquela relação. Meu coração estava tão frio quanto uma pedra de gelo.

Em vez de me despedaçar, eu simplesmente reuni todas as minhas forças e comecei a seguir em frente. Recolhi minha vida naquele jantar, naquele instante.

Duas semanas depois, coloquei meu plano em ação. Tyler foi até uma tatuagem, sem saber o que o aguardava. Quando a tatuagem terminou, ele se viu diante de uma única palavra: «Não subestime as mulheres.»

E assim, tudo terminou.

Tyler nunca mais me procurou. Mas a lição foi aprendida. E eu? Encontrei minha força novamente, comecei de novo, mais forte, mais ousada e mais determinada do que nunca.

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