Amélia estava ansiosa para finalmente conhecer o seu neto recém-nascido, Hans, mas quando seu filho, Mark, não foi buscá-la, ela decidiu seguir viagem sozinha até a casa dele.
A jornada foi longa e cansativa, pois ela usava um andador, mas o seu coração a impulsionava a continuar. Ela nunca deixaria de viver o momento de conhecer o bebê.
A viagem durou horas, e ela precisou fazer várias paradas para descansar, mas, finalmente, conseguiu chegar à casa de Mark.
Quando tocou a campainha, Mark abriu a porta e ficou em choque. “Mãe, você… o que está fazendo aqui?” – perguntou, incrédulo.
Amélia sorriu empolgada, mas o cansaço era visível em seu rosto. “Surpresa!” – disse, embora sua voz soasse exausta.
Mark rapidamente fechou a porta atrás de si e a impediu de entrar. “Mãe! Por que você veio? Eu disse que nos encontraríamos com o bebê em outro momento!” – disse, com raiva.
Amélia ficou atônita, e seu coração apertou. “Mas eu… andei cinco horas para vê-lo! E trouxe algo para você…” – tentou explicar, mas Mark já não a escutava.
“Não me interessa o que você trouxe! Agora, vá embora imediatamente!” – disse, enquanto fechava a porta, deixando Amélia para trás, com lágrimas nos olhos.
O coração de Amélia doía. Por que seu filho estava agindo assim? Desde que casou com Camilla, parecia que Mark a estava afastando cada vez mais. Sua vida de luxo e ostentação mudou tudo.
Amélia o criou sozinha, nunca tiveram muito dinheiro, mas sempre viveram rodeados de amor. Agora, ela sentia como se ele estivesse com vergonha dela, como se ela não fosse mais boa o suficiente para ele.
Ela tentou se acalmar várias vezes: “Não pense assim, Amélia! Mark está apenas ocupado, agora tem uma família. Vamos nos encontrar depois, tudo vai ficar bem.”
Mas agora algo diferente aconteceu. Ela decidiu que não ia desistir. Se Mark não fosse buscá-la, ela iria até ele, acontecesse o que acontecesse.
O ônibus não passava por ali, e o táxi era muito caro, então não restava outra opção senão partir a pé.
Lenta, mas seguramente, ela seguiu em direção à casa dele, e embora o andador fosse pesado, ela fazia de tudo para concluir o caminho.
Várias vezes precisou parar para descansar, mas não se deu por vencida. Quando finalmente chegou à casa, já havia se passado mais de cinco horas, mas ela sentiu que cada minuto valeu a pena.
Mark, no entanto, não a recebeu com um sorriso. Quando finalmente abriu a porta e viu a mãe, ficou atônito. “Mãe, por que você veio? Por que andou até aqui?” – perguntou, mas não estava feliz, estava irritado.
“Eu vim para ver o Hans! Por que você não pode vir me buscar? Eu trouxe algo para você…” – começou Amélia, mas Mark já não estava interessado.
“Não me importa o que você trouxe! Agora vá embora!” – disse, fechando a porta e encerrando a conversa.
Amélia ficou arrasada. Lágrimas começaram a cair dos seus olhos, mas ela tentou se recompor.
Tomou o caminho de volta para casa, embora seu coração estivesse partido pelo comportamento do filho. Por que tudo precisava ser assim?
Quando chegou em casa, tentou descansar. Fez uma compressa para a perna dolorida e tomou um remédio para a dor. Mais tarde, adormeceu no sofá, pois não conseguiu chegar até sua cama.
Mark, naquela mesma noite, tentou processar o que havia acontecido. O dia havia sido cansativo, e quando se despediu dos convidados, parou por um momento.
De repente, lembrou-se de que sua mãe havia andado até sua casa para ver o seu neto. Seu coração apertou, e ele foi tomado por um sentimento de culpa.
“Eu não deveria ter agido assim com ela” – murmurou para si mesmo. Seu coração estava cheio de amargura, e quando viu a bolsa de Amélia na porta, imediatamente a pegou.
O que havia dentro? Brinquedos de infância, coisas que sempre foram muito importantes para ele. Seu coração bateu mais rápido enquanto chorava ao perceber que sua mãe lhe deixara aquilo.
Camilla percebeu que algo estava errado. “O que aconteceu, querido?” – perguntou, preocupada, enquanto Mark chorava em seus braços.
Mark contou a ela tudo o que havia feito. Que sentia vergonha de sua origem humilde, que havia se afastado da família. “Não acredito que agi assim com ela!” – chorou.
Depois de ser consolado pela esposa, Mark decidiu ir imediatamente até Amélia e pedir desculpas. Pegou a chave que a mãe lhe deu e entrou na casa dela.
Quando viu que a mãe estava deitada no sofá, exausta, com uma compressa na perna, ele soube imediatamente que precisava corrigir o que havia feito.
“Mãe, não se mova. Eu vou te ajudar” – disse, levantando-a com cuidado e a levando para o quarto.
Colocou uma nova compressa na perna dela e preparou uma refeição para ela. Mark pediu desculpas sinceramente pelo seu comportamento.
Amélia, como sempre, respondeu com bondade: “Eu já sabia que você se sentia envergonhado, mas fico feliz que tenha vindo. Quando erramos, precisamos corrigir.”
Mark chorou em seus braços e pediu desculpas de todo o coração.
No final da noite, Mark decidiu que Amélia deveria se mudar para a casa deles, para que ela estivesse sempre com ele e com Hans.
A lição? Nunca tenha vergonha dos seus pais, e se cometer um erro, tente corrigi-lo. Mark percebeu que a relação com sua mãe estava acima de tudo, e isso mudou para sempre sua maneira de ver as coisas.