Meu ex me convidou para o casamento dele, mas assim que vi o rosto da noiva, soube que havia algo que ele não tinha contado a ela.

ENTRETENIMENTO

Se passaram anos desde a última vez que vi Tom – anos que pareciam um furacão eterno na minha mente. Nosso relacionamento foi uma montanha-russa, cheio de altos e baixos que me exauriram a cada dia.

Foi uma história de amor, mas também repleta de mal-entendidos, que nos afastaram cada vez mais.

Nossa separação? Foi como um corte profundo – doloroso e sem chance de cura. Não houve despedidas, palavras de alívio ou explicações, apenas o vazio de um silêncio que se estendeu entre nós.

Ambos seguimos em frente com nossas vidas, mas então, chegou o convite. A simples carta branca repousava na minha mesa de cozinha por dias, como um fantasma do qual eu não conseguia escapar.

Cada vez que passava por ela, sentia um aperto no peito, uma pressão que não conseguia ignorar. “Você está convidada para o casamento de Tom e Sophie”, estava escrito em uma caligrafia elegante, familiar e, ao mesmo tempo, estranha.

As palavras dançavam na minha mente, e meu coração acelerava. Por que, diabos, Tom me convidaria? Depois de tudo o que aconteceu entre nós? Por que queria que eu fosse parte daquele dia, que deveria ser apenas dele e da nova esposa?

Queria rasgar o envelope e esquecer tudo. Mas a curiosidade ardia em mim como fogo, algo que eu não conseguia apagar. Então, eu abri. “Sei que é inesperado, mas não seria o mesmo sem você. Espero vê-la lá.”

Essas poucas palavras. Nenhuma explicação. Nenhuma desculpa. Nada. Era tão típico de Tom – sempre enigmático, direto, de um jeito que me tirava o ar. E naquele momento, eu soube que tinha que ir.

Não por ele. Não por ela. Mas por mim. Vesti o vestido e me olhei no espelho. Minhas mãos tremiam enquanto fechava os últimos botões. Queria fugir. Mas, em algum lugar profundo dentro de mim, sabia que

precisava encarar aquele momento – não importa o quanto ele me destruísse. A igreja era deslumbrante. Um lugar tão antigo e majestoso que me fez sentir como se estivesse sendo engolida por sua grandeza.

A luz atravessava as vidraças coloridas, e eu me senti como se estivesse em um sonho. E então, o vi. Tom. Ele estava no altar, ereto, o rosto iluminado pela felicidade, mas havia algo em seus olhos que me atravessou de imediato.

Um olhar que me levou de volta ao passado, por um breve instante. E, no entanto, ele não era mais o homem que eu conhecia. Ele estava diferente, maior, mais forte – mas, ainda assim, era o Tom. Porém, meu olhar não se fixou nele.

Foi Sophie, a noiva, quem capturou minha atenção. Ela desfilava pelo corredor, uma visão em branco. Todos os olhares estavam nela. Perfeita. Radiante. Mas havia algo – um brilho instável em seu rosto, uma sombra nos olhos.

Seu sorriso estava lá, mas não tocava sua alma. Ela parecia tensa, como se estivesse escondendo algo. Mas o quê? E então, aconteceu. Ela me viu. Um olhar fugaz. Seus olhos passaram sobre mim, e naquele instante, meu coração quase parou.

Ela sabia? Tom tinha falado sobre mim? Ela sabia que eu fui a mulher da vida dele? Um nó se formou na minha garganta. Eu não queria estar ali. Não queria que ela me olhasse assim, como se fosse um espectro do passado.

A cerimônia continuou. As palavras trocadas entre eles soavam como um eco distante, de um mundo onde eu já não tinha lugar. Mas enquanto eles trocavam os votos, eu observava Sophie de relance.

Suas mãos tremiam levemente, e, embora tentasse se controlar, eu podia sentir a tensão em sua postura. Algo não estava certo, mas o quê? Após a cerimônia, a festa começou, mas eu não estava realmente ali.

A música era alta, as risadas ecoavam pela sala, mas tudo parecia distante, como se eu estivesse em um outro plano.

Tom era o centro das atenções, um ímã que atraía todos, conversando com todos, como se fosse o homem mais feliz do mundo. Mas Sophie estava diferente. Ela se afastava. Seus olhos passeavam pela sala, mas nunca encontravam alguém.

E então ele apareceu. Tom. “Emily”, ele disse suavemente, e ao olhar em meus olhos, havia algo ali que me cortou – uma palavra não dita, uma dor silenciosa. “Fico feliz que tenha vindo.” “Obrigada por me convidar”, respondi,

o nó na minha garganta quase me sufocando. “Eu não sabia o que esperar, mas… é bom ver você tão feliz.” Ele riu, mas era uma risada vazia, que não tocava seus olhos. Era uma máscara que ambos usávamos,

como se estivéssemos nos escondendo da verdade. Ele ficou por um momento, falou sobre o passado, mas tudo parecia tão distante, como se fôssemos estranhos presos em uma história que nunca nos deixou.

Então, vi-a novamente. Sophie. À beira da multidão, sozinha, com o rosto pálido, as mãos apertando o copo com força. Eu queria ir até ela. Queria dizer que sentia muito, que não era quem ela pensava que eu fosse. Mas algo me impediu.

A verdade era pesada demais para ser dita. E de repente, eu soube – Sophie não sabia. Ela não sabia que Tom e eu tínhamos uma história. Não sabia que nos amamos, que nossos corações se entrelaçaram, apenas para se despedaçar depois.

Tom nunca lhe contou a verdade. Nunca. E Sophie? Ela entrou em uma mentira sem saber. Essa revelação me atingiu como um soco. Tom nunca lhe disse nada – sobre o amor, sobre a separação, sobre as feridas não curadas.

E Sophie? Ela estava presa em uma história que nunca conheceu. Com esse pensamento, eu deixei a festa para trás.

Eu encontrei a paz que tanto procurava. Mas não era a paz que eu esperava. Tom havia fechado aquele capítulo, mas em seu silêncio, ele prendeu Sophie em uma história que ela nunca compreendeu.

E eu não pude evitar perguntar: será que algum dia ela descobriria o que realmente aconteceu entre nós?

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