Ouvi como a filha dos vizinhos e meu marido discutiam sobre o romance deles – em vez de fazer uma cena, eu a convidei para vir em casa no dia seguinte.

ENTRETENIMENTO

Era uma manhã comum quando ouvi a conversa que mudaria minha vida para sempre. Meu marido, Mark, e a filha dos nossos vizinhos, Emma, estavam no jardim, e suas vozes chegaram até mim enquanto eu carregava sacolas pesadas na frente de casa.

Eu queria cumprimentá-los, mas algo dentro de mim me impediu. Algo não parecia certo. Escondida atrás do meu carro, ouvi, e o que escutei fez meu sangue congelar nas veias. «Não acredito que ela ainda não sabe de nada», riu Emma,

e o escárnio na sua voz era palpável. «Ela está tão ocupada com as crianças e a casa, Em», respondeu Mark. «Lec, ela não percebe mais nada. Ela mudou. Não é mais uma mulher. Ela… não é nada comparada a você, minha princesa.»

Emma soltou uma risada sedutora. «Bom, então me mostre o que você vê em mim, Mark. Acredite, você não vai encontrar nenhum fio de cabelo grisalho aqui.» E então, eles se beijaram. Beijaram-se! Eu estava paralisada,

as sacolas tremendo nas minhas mãos, e uma sensação fria subia pela minha espinha. Algo dentro de mim gritava por vingança, por uma explosão de raiva, mas, ao invés disso… fiquei em silêncio. As lágrimas rolavam, mas eu não desmoronei.

Não chorei, não gritei. Comecei a planejar. Na manhã seguinte, quando o dia finalmente despertou, eu estava calma, quase assustadoramente calma. Preparei o café da manhã para Mark – ovos fofinhos, bacon crocante e o café com canela que ele tanto adorava.

Beijei-o ao sair e acenei com um sorriso alegre enquanto ele se afastava. Mas, assim que ele saiu pela porta, coloquei meu plano em ação. Bati na porta de Emma, e quando ela abriu, o choque era visível em seu rosto.

«Ah! Oi, Miss… quer dizer, oi, Lexi», ela gaguejou, tentando disfarçar a tensão nervosa. «Oi, Emma», disse eu com um sorriso radiante. «Queria te pedir uma ajuda amanhã à noite. Preciso de conselhos sobre algumas coisas.»

Os olhos dela se arregalaram. «Conselhos? Sobre o quê?» «Sobre a sala de estar. Acho que ela poderia ter uma nova decoração. Seus pais me disseram que você está estudando Design de Interiores, então pensei que você poderia me dar algumas ideias.»

Por um momento, ela pareceu hesitar, mas logo sorriu com confiança. «Claro! Eu adoraria! Quando você quer?» «Que tal às sete? Para o jantar?» perguntei, com uma doçura quase excessiva. «Vai ser incrível, obrigada mesmo, Emma.»

Na noite seguinte, ela chegou, cheia de energia e autoconfiança. Mas não a deixei ir logo. «Antes de começarmos, queria te mostrar algumas coisas.» Eu a conduzi pela casa e expliquei cada detalhe que ela agora seria responsável por tomar conta.

«Aqui está a máquina de lavar. Você precisa organizar todas as noites, porque o Mark – como sempre – não acha que precisa. E aqui está o cronograma das atividades extracurriculares das crianças. Você vai buscá-las às terças e quintas,

e na quarta-feira você tem folga. Também tenho os contatos dos principais encanadores e médicos.» O sorriso de Emma começou a desaparecer à medida que eu a guiava pelas próximas «tarefas»: cozinhar, limpar, arrumar.

«Ah, e aqui está a cozinha, onde você vai cuidar de tudo. Mark adora seu bife no ponto médio. As crianças? Só comem se estiver bem passado. Quanto mais morto, melhor. E não se esqueça dos lanches e sobremesas.

Ele quer tudo na hora – sem desculpas.» Emma estava visivelmente desconcertada. «Espera aí… achei que eu não precisasse cuidar de tudo isso.» Justo naquele momento, Mark voltou. Seu rosto ficou pálido como um lençol ao nos ver.

«Lexi, o que está acontecendo aqui?» ele perguntou, pânico e confusão em sua voz.
Eu me virei e respondi com um rosto calmo, quase impassível:

«Ora, você queria assim, não é? Achei que eu fosse mostrar para a Emma como administrar a casa, já que você não pode mais fazer isso. Você disse que eu não sou mais nada… está na hora de cuidar de mim mesma.

E se você não é mais o herói da minha vida, talvez alguém possa assumir esse papel.» Foi quando alguém bateu à porta novamente. Era os pais de Emma, com sorrisos nos rostos e uma nuvem de cheiro de torta de maçã recém-assada.

«Ah, como isso cheira bem! Lexi, ouvi dizer que você vai fazer seu famoso frango assado hoje», disse o pai de Emma, com um grande sorriso. «Obrigada por virem, Ann e Howard. E obrigada pela maravilhosa filha de vocês, que agora vai enriquecer nossa família»,

falei, olhando para Emma com um sorriso falso. «Parece que ela se deu bem com o Mark. Agora, que eu não estou mais aqui, ela vai cuidar de tudo.» «O QUÊ?!» A mãe de Emma me olhou com incredulidade. «Emma, me diga que isso não é verdade!»

«Não é o que vocês estão pensando!» Emma gaguejou, mas suas palavras desapareceram como fumaça. Mark, querendo ainda se livrar da culpa, tentou desesperadamente justificar a situação. Mas foi o pai de Emma quem falou:

«Mark, você foi quem estragou tudo. E Emma, você é tão culpada quanto. Vá, e vá logo.» Os dois saíram de casa, enquanto os pais de Emma continuavam a se desculpar. Mark, como sempre, implorou por uma conversa.

Mas eu já tinha ouvido o suficiente. «Vamos conversar depois. Meu advogado vai te ligar amanhã. Mas hoje? Junte suas coisas e vá embora.» Ele ainda tentou perguntar para onde deveria ir, mas eu não tinha resposta.

«Não me interessa. Você vai se virar.» Quando Emma finalmente saiu com Mark, e ele tentou se ajoelhar diante de mim, eu soube que havia vencido. Semanas depois, soube que Mark estava sozinho e isolado, e os rumores diziam que Emma também

não estava bem – seus pais não estavam felizes com ela. Mas a mãe de Emma ainda assava bolos para nós, e o pai dela ajudava no meu jardim. E quanto ao «carma»? Ah, ele é uma coisa maravilhosa, não é mesmo?

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