As famílias hoje parecem bem diferentes do que há 50 anos. Casamentos inter-raciais são amplamente aceitos, e através da adoção e do acolhimento familiar, crianças de lares problemáticos ganham uma nova esperança de se tornarem parte de uma família amorosa e estável. Famílias em que os pais e os filhos têm diferentes nacionalidades e cores de pele não são mais incomuns.
Aaron e Rachel Halbert estão profundamente convencidos de que os distúrbios raciais em nosso país – especialmente no Sul, de onde eles vêm – nunca devem ser um motivo para negar a uma criança a oportunidade de ter uma família. Após muitos anos tentando ter um filho, Rachel e Aaron decidiram seguir outro caminho para formar sua família: a adoção.
Com grande orgulho, eles acolheram duas crianças – um menino e uma menina, ambos com pele escura – em sua família eterna. «Nós sabíamos, especialmente no Sul, que um casal branco com filhos não brancos provocaria as mais variadas reações», explica Aaron. «Sempre há aquela senhora branca mais velha no Walmart que nos olha com puro desprezo, ou a mãe afro-americana que apenas balança a cabeça.»
Mas o amor supera tudo, e o casal amava tudo em sua pequena família. Como missionários que servem em Honduras, vivendo sua fé, estavam dispostos a abrir sua casa e seus corações para mais crianças.
Logo, eles ouviram falar da possibilidade de adoção de embriões. Nesse processo, embriões que estavam congelados em um banco cristão de embriões por vários anos – neste caso, 15 anos – são implantados no útero da mãe, dando às crianças embriônicas uma chance justa de vida.
«Se os cristãos – ou outros – realmente acreditam que a vida começa na concepção, então devemos estar prontos para apoiar a adoção de embriões, ou até mesmo participar dela», explica Aaron.
Rachel e Aaron decidiram que seria maravilhoso quebrar o estigma racial e garantir que seus novos filhos se parecessem mais com seus irmãos do que com seus pais brancos. Eles adotaram dois embriões afro-americanos e os implantaram conforme as orientações.
No entanto, no útero, um dos embriões se dividiu, e seis semanas depois, o casal descobriu que Rachel estava grávida de trigêmeos! As três meninas nasceram em abril.
«Foi incrivelmente encorajador quando praticamente todos os nossos amigos e familiares expressaram um enorme apoio à nossa família e aos caminhos extraordinários pelos quais a construímos», relata Aaron. «Em nossas mentes, estamos apenas realizando nossos sonhos.»
«Esse desejo, embora não seja típico para a família média, nos enche de alegria, especialmente à luz da história do nosso país.» «Mas, oh, como somos gratos a Deus por nos proporcionar essas adoráveis pequenas crianças, que Ele colocou sob nossos cuidados,» diz Aaron sobre sua família, que é bem diferente do que ele e Rachel imaginavam há 12 anos, quando se conheceram e falaram sobre adoção.
«Eu me lembro de um amigo, que também estava no meio do processo de adoção, me dizendo que sempre imaginou sua família como uma pequena versão das Nações Unidas.» «Quando olho para minha família em crescimento, ouso sonhar que a imagem de nossa família é um pequeno vislumbre do céu.»
A expressão no rosto desse pai orgulhoso, que segura seus três filhos nos braços, diz tudo. Embora os olhares e as críticas que sua família inter-racial às vezes teve que suportar tenham sido difíceis, o casal não poderia estar mais satisfeito com sua decisão.
Não é apenas maravilhoso que Rachel finalmente tenha podido ter um filho, mas a família Halbert, agora com sete membros, é um exemplo vivo do que Deus nos chamou a ser como irmãos e irmãs em Cristo. «Acreditamos que, ao olhar nos olhos de qualquer ser humano, estamos olhando para o rosto de um portador de Deus – nos olhos de um ser cuja alma é imortal,» acrescenta Aaron.
«Embora isso seja um elemento de união para toda a humanidade, não diminui a importância de nossas diferenças étnicas. Vemos as características físicas da família humana como incríveis lembretes da engenhosidade criativa de Deus.»
Embora estivessem cientes de que alguns os julgariam por sua decisão controversa e culturalmente tabu, o casal sabia que era a decisão certa para eles. Não é todo dia que uma mãe branca dá à luz três bebês negros, mas Rachel estava pronta para enfrentar as críticas, com seu marido solidário ao seu lado.
