«Comprei peito de frango e lavei — mas o que vi depois foi assustador!»

ENTRETENIMENTO

Damos como certo: entramos no mercado, pegamos uma bandeja de peito de frango da prateleira e preparamos o jantar – como já fizemos inúmeras vezes.

Mas imagine um fim de tarde comum, enquanto você cozinha para a família, e de repente algo estranho acontece.

Você retira o peito da embalagem, lava como de costume. Mas ao tocá-lo, percebe algo diferente. A carne não está como deveria.

Em vez da textura firme e coesa, o peito começa a se desfazer. Não é preciso cortar – ele simplesmente se desmancha em fios finos, lembrando macarrão cozido.

É como se não fosse carne, mas um tecido mole e fibroso que não tem nenhuma consistência.

Foi o que aconteceu com uma consumidora, que, assustada, decidiu compartilhar sua experiência nas redes sociais. A imagem do «frango desfiado cru» viralizou rapidamente.

Surgiram centenas de comentários: «Aconteceu comigo também!», «Isso não parece certo!», «Não consigo comer isso!» A reação das pessoas foi de surpresa – e com razão.

Mas afinal, o que é isso? Por que o peito de frango fica tão fibroso, frágil e praticamente derretido – sem nem ter sido cozido?

Esse fenômeno tem nome: é chamado de «efeito espaguete» ou, em inglês, «spaghetti meat». Um tipo de condição muscular cada vez mais comum em carnes de frango.

E embora pareça ser resultado de carne estragada ou de um animal doente, a verdade é mais complexa – e preocupante.

Veterinários, pesquisadores e especialistas em produção de alimentos apontam que o problema vem da forma como criamos frangos hoje, em larga escala.

Nas últimas décadas, o consumo global de carne de frango explodiu. Só na França, por exemplo, dobrou nos últimos 40 anos.

Como o peito é a parte mais valorizada – com baixo teor de gordura, rico em proteína e fácil de preparar – a indústria passou a focar em criar aves que desenvolvessem o máximo de carne branca no menor tempo possível.

Isso levou à criação de linhagens genéticas altamente selecionadas – frangos que crescem em ritmo acelerado.

Hoje, um frango de corte pode atingir 3 quilos em apenas 47 dias – algo impossível em um crescimento natural.

Mas essa rapidez tem seu preço. Os músculos, especialmente os do peito, não conseguem acompanhar esse crescimento. As fibras se tornam irregulares, desalinhadas e frágeis.

As células musculares perdem a integridade. Por isso o frango cru se desmancha como se já tivesse sido cozido. Em vez de tecido muscular saudável, temos uma massa úmida, aquosa, que lembra carne desfiada.

Estudos mostram que esse tipo de carne contém mais água, menos proteína e valores nutricionais inferiores aos de uma carne normal.

Do ponto de vista da segurança alimentar, ela não é considerada perigosa. Mas sua qualidade, sabor e valor nutricional são nitidamente inferiores.

Muita gente que encontra esse tipo de carne pela primeira vez pensa que comprou um frango estragado. Porém, o problema não surge no transporte ou no armazenamento – ele começa enquanto o animal ainda está vivo.

A alimentação forçada, o crescimento acelerado, a falta de espaço e a exposição constante à luz artificial contribuem para um desenvolvimento corporal deficiente.

E isso é só parte do problema. O bem-estar dos animais também é profundamente afetado. Frangos que crescem rápido demais sofrem com dores musculares, lesões ósseas e, muitas vezes, mal conseguem andar.

Seus peitos, tão aumentados artificialmente, acabam sendo um peso para o próprio corpo – algo completamente antinatural e longe de qualquer prática ética.

A pergunta que surge é inevitável: o que realmente estamos consumindo ao comprar aquele “frango barato” no supermercado? O preço pode ser acessível – mas o custo real, quem paga?

Atrás de um simples filé está um sistema global de produção que muitas vezes ignora o desenvolvimento natural, a qualidade nutricional e o respeito pelos seres vivos.

O peito com aparência de espaguete não é só uma esquisitice. É um sinal de alerta. Um aviso direto do nosso prato: está na hora de escolher com mais consciência, pesquisar mais, saber de onde vem o que levamos à mesa.

Mesmo que o frango não pareça estragado – será que é isso que queremos oferecer à nossa família?

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